Faço parte do grupo de professores recém concursados. Portanto,
considero-me novo na Escola de Teatro, embora velho, pois fui aluno do Curso de
Formação do Ator. Em seguida, como estudante da Faculdade de Filosofia e
Ciências Humanas, cursei uma disciplina optativa e convidado por Possi Neto
tornei-me seu assistente na inesquecível encenação de "A Casa de Bernarda Alba".
Foi aí que eu me aproximei de Hebe Alves, aluna e uma das atrizes. Quando fiz
"As Feras", último trabalho antes de seguir para São Paulo, Hebe estava no
elenco. Ao retornar, depois de muitos anos, Hebe e Deolindo me convidaram para
dirigir o XVI Curso Livre de Teatro, experiência que me fez reatar com o teatro.
Em todos os momentos, a presença de Hebe foi sempre a do artista que se mostra
apaixonado por sua arte e por ela se impõem no mundo. Como eu acredito que a
Escola de Teatro necessita de alguém que tenha uma profunda ligação com as artes cênicas, é
que eu apoio Hebe Alves para a direção. Não farei desta consulta um campo de
batalha, mas não posso trair meus princípios. Tenho profundo carinho e respeito
pela comunidade da Escola de Teatro, seus estudantes, seus técnicos, seus professores, mas o que eu quero, agora, é ver uma outra coisa. Sem nostalgia,
devemos olhar o passado e retirar dele aquilo que ficou como potência, o
irrealizado, as promessas. Quem esquece o passado não pode olhar para frente. Eu
quero seguir em frente... A alternância de pessoas e ideias é salutar para
qualquer instância de poder, já que a manutenção pode se tornar perigosa. Por tais motivos, a minha opção é pelo plano de trabalho apresentado por Hebe Alves.
Nenhum comentário:
Postar um comentário