sábado, 12 de novembro de 2011

Primeiro livro do DRAMATIS

Editado pela Editora da Universidade Federal da Bahia - EDUFBA,  Dramaturgia, ainda: reconfigurações e rasuras, organizado por Cleise Furtado Mendes,  é a primeira publicação do  do Grupo de Pesquisa Dramatis - Dramaturgia: mídias, teoria, crítica e criação. Criado em 2008 e sob a coordenação da professora Cleise Mendes. Estão reunidos na publicação 16 artigos de pesquisadores. A reunião dos trabalhos ressalta a interdisciplinariedade, visto que os autores pertencem a diversas áreas do conhecimento, tendo como ponto de partida a dramaturgia. Conforme Mendes (2011), "[e]ntre mortes e ressurreições, o drama, como qualquer forma artística, está exposta às intempéries de cada momento histórico, oxigenando-se com os ares do tempo. A vocação constitutiva do gênero em buscar seu alimento na mesa farta de conflitos e contradições de cada época não atinge apenas os temas, o conteúdo das obras, mas contamina a própria forma dramática, desestabilizando-a por vezes radicalmente, num arriscado que atinge os limites da auto-negação: anti-dramas e anti-peças são expressões tornadas comuns na segunda metade do século passado."

Seguindo tal pensamento, a organizadora do livro recolheu  textos que expressassam a diversidade de abordagens sobre o dramaturgia e de como ela se manifesta na contemporaneidade. Então, evidenciam-se  as estratégias dramatúrgicas que aparecem nas diversas mídias, entre elas o palco, lugar em que o drama ocupou a centralidade por um período significativo de sua história, até a crise do drama e o surgimento de outros veículos que lançam mão do recurso ficcional para dar conta do seu tempo. 

Compõem o livro Dramaturgia, ainda: reconfigurações e rasuras, os seguintes artigos:

Do texto à encenação: a expansão cênica da narrativa e sua eficácia simbólica, Antonia Pereira,

A dramaturgia do futebol: o passe de bola de Gilberto Gil, Cássia Lopes,

Canudos, a guerra do sem fim: entre drama e história, Cleise Furtado Mendes,

A partir de que fileira é possível iludir o olhar do público, Edelcio Mostaço,

Brecht e a reinvenção da fábula: compromisso e leveza, Elisa Mendes,

Cenas da Corte do Rio de Janeiro, Evelina Hoisel,

Cinema e desassossego: sentidos, sensações e sentimentos no filme noir, Guilherme Maia,

Desafios do encenador: entre atores e personagens, Hebe Alves,

Convergências, emergências (divergências) digitais, Iara Sydenstricker,

A teoria da recepção e a encenação dos dramas de língua alemã em Salvador, Luís Claudio Cajaíba,

A implosão da forma dramática no teatro de Beckett, Luiz Marfuz,

Imitação e mímesis: questões para uma leitura da Poética de Aristóteles, Marcos Barbosa,

Teatro experimental na Bahia: dramático ou pós-dramático, Raimundo Matos de Leão,

Alice através dos Neurônios-Espelho: empatia e personagens autônomos nos videogames, Renata Gomes,

Tempo e lugar em Nelson Rodrigues: um pacto cultural, Véra Dantas de Souza Motta,

Estilhaços de teatralidade na escrita textual da Revista, Vera Regina Martins Collaço.

sábado, 24 de setembro de 2011

Salvador-Bahia - Eventos - Goethe-Institut 

O Grupo Dramatis e o Goethe Institut apresentam ao público brasileiro quatro peças da nova dramaturgia alemã, em evento com lançamento de livro e leitura dramática. Dia 26 de setembro, 18:30h, no Instituto Goethe, Salvador.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sobre o poeta Pedro Kilkerry

Entrevista de Cleise Mendes sobre Pedro Kilkerry. O vídeo integra o projeto Arte e Cultura na Diáspora, de Paulo Dourado, lançado no TMG.
Parte 1


Parte 2

Parte 3

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"O Idiota", a novela no palco

       Em cartaz no Sesc Pompéia, até final de fevereiro e com ingressos esgotados, O Idiota de Fiódor Dostoiévski, roteiro adaptado pelo ator Aury Porto, tendo como colaboradores Vadim Nikitin, Luah Guimarãez e Cibele Forjaz, esta última responsável pela inventiva encenação que ocupa O Galpão, espaço da Fábrica, o belo projeto de Lina Bardi.
      Participam do elenco Aury Porto (Príncipe Míchkin), Fredy Allan (Kólia), Luah Guimarãez (Nastássia Filípovana), Lúcia Romano (Aglaia), Luís Mármora (General Ívolgun e Tôtski), Sergio Siviero (Ragôjan), Sílvio Restiffe (Gánia), Sylvia Prado (Lisavieta Iepántchina), Vanderlei Bernardino (Lhêbediev) e Otávio Ortega (Músico), atores reunidos de diversos grupos de teatro. Eles se encarregam dos personagens principais  e de outros que a ação exige, fato que demonstra a versatilidade do elenco muito bem conduzido por Forjaz.
         O Idiota conta o retorno de Míchkin a São Petersburgo após estadia na Suíça, onde foi se tratar de epilepsia.  Seu objetivo, ao retornar, é de se encontrar com Lisavieta, uma parenta distante. No trem Petersburgo-Varsóvia, Míchkin, o príncipe empobrecido, conhece Ragôjan, o novo-rico por herança, apaixonado por Nastácia, mulher fatal, afilhada e amante de Tôtski. As atitudes do príncipe, suas palavras e a aura de santidade que emana dele fascinam Ragôjan. Míchkin será atraído por Nastácia, mas logo se enamora de Aglaia, filha de Lisavieta. Forma-se então um triângulo, tensionado pela presença de Ragôjan. Para além de um enredo amoroso, O Idiota aprofunda-se na alma humana e expõe a intensa compaixão do príncipe, não somente pelos personagens que cruzam a sua vida, mas pela humanidade. Aí reside a sua falha trágica.